sábado, 18 de novembro de 2006

Ataque de Nervos

Dirigindo, 80Km/h, tendo uma normal discussão sobre divergências familiares e “GAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!”. Ataque de nervos.

O sangue da ponta do dedo do pé sobe até a testa passando com dificuldade pelo pescoço, chega até a testa com vontade de explodir. Aliás, a vontade é de explodir mesmo, enfiar o carro num poste e esperar até explodir.

Depois daqueles 10 segundos de raiva extrema, você entende a loucura dos assassinos, suicidas, sádicos e masoquistas. Imagina se há possibilidade de alguém ter aquele sentimento quase o tempo inteiro? Deve ser assustador. Mas há quem diga também que depois dessa raiva vem um sentimento muito bom, quase que um “pós-gozo”, mas somente se você extravasa essa raiva de alguma forma. Eu sugiro o grito, é mais saudável. Tem gente que se suicida, tem gente que se mata, ou em proporções menores, tem gente que dá um soco na parede (quebra a mão), joga um copo no chão (quebra o copo, corta a mão...).

Mas a vontade mesmo é de socar alguém, qualquer pessoa, de preferência alguém que se odeie. Mas bater simplesmente pelo prazer de ver o sangue jorrar. Doentio? Duvido que você nunca pensou nisso, pelo menos uma vez na vida. Todo mundo, tem um Mickey ou uma Mallory Knox escondido ali no fundo.
TODO MUNDO.

Música de ressaca do dia: Patti Smith – Rock and Roll Nigger

Imagem de ressaca do dia:
















(Cigarro. Foto por Letz)

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Insônia

Passar a noite em claro, nem sempre é tão solitário e depressivo como se imagina, porque as vezes, você simplesmente não consegue dormir. Não por estar pensando nas merdas da tua vida, ou naquela pessoa amada ou sei lá qual outro motivo, realmente está sem sono.

Julia passa por isso quase todas as noites, já faz parte de sua personalidade passar as noites em claro, aproveitando tudo o que a lua e a madrugada tem para oferecer. Nem sempre tem motivo, e às vezes, tem. Como quando ela ficou sem dormir de noite porque passou a tarde toda cochilando no sofá. Ou quando perdeu o sono pensando se aquele certo rapaz estava pensando nela, mesmo estando tão longe dali. Ou ainda quando ela sabia que algo de muito bom estava pra acontecer ali no dia seguinte e ficava tão ansiosa, que acabava ficando acordada pensando em como seria.

Sem contar as incontáveis noites que Julia passou em claro por estar apenas se divertindo, afinal a madrugada é ou não o melhor período do dia para se divertir?

Quando parece que tudo pode acontecer, e o melhor (ou pior, em alguns casos) é que acontece, coisas que você nem imagina, e que deixam surpresa até Julia, a menina que passa as noites em claro.

Antes de julgar e xingar, lembre-se, TODO notívago tem seu valor.

Música de ressaca do dia: Bob Dylan – Honey, just allow me one more chance

Imagem de ressaca do dia:
















(Meu quarto. Foto por Letz)

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

A azarada

Sabe o que eu estava pensando durante meu ócio nada criativo de hoje? Bom, minha fama de desastrada e “azarada” é universal, né? Todo mundo que me conhece, sabe que sou um desastre ambulante e que por isso, acabo “atraindo” (não no sentido místico da palavra, urgh) algumas outras ruins.

Enfim, o que eu tava pensando é, que em dias de ócio total onde muita gente pode chamar de “perda de tempo”, nada disso acontece, eu não quebro copos, não caio, não apanho na rua, não sou atropelada, nem nada! Isso pode parecer uma boa desculpa pra não fazer nada, e se um escritor de livro de auto-ajuda visse isso, poderia dizer algo do tipo: “Enfrente seus medos, não adianta ficar parada”, aquelas baboseiras que todo mundo sabe. O que eu quero dizer é, eu sei que é bom fazer outras coisas da vida, e que infelizmente esses desastres continuaram acontecendo, eu já até me acostumei com a maioria, aliás. O lance é que me conforta saber que ali, naquele momento pleno da preguiça, isso não acontece e tem grandes chances de NUNCA acontecer. Esse é mais um ótimo motivo para eu gostar tanto de dias de ressaca.

Quem foi o mané que disse que as pessoas devem estar 24/7 felizes, agitadas, trabalhando, se movimentando e tudo mais? Céus, isso é coisa de doente até. Aquelas pessoas obcecadas por alcançar o estilo de vida ideal.

Ideal mesmo é ir com a corrente, deixar de certa forma que os acontecimentos façam parte da sua vida e viver intensamente tudo que acontece, para depois não se lamentar que perdeu boa parte do “filme”.

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Mudando MUITO de assunto, hoje eu descobri onde quero morar pro resto da vida. Agora falta descobrir COMO, HAHA: http://www.youtube.com/watch?v=JdVeB3ieMYg


Música de ressaca do dia: Johnny Cash feat. Nick Cave – I’m so lonesome I could cry

Imagem de ressaca do dia:














(Brasília-DF, lanchonete Marvin. Foto por Letz)

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Diário de ressacas

É quase sempre assim, balada, cachaça, risadas, cachaça, rock, cachaça noite a dentro. Aí você acorda no meio do dia seguinte com sintomas variados, dependendo da quantidade de álcool ingerida (ou não!), sintomas que vão de arrependimento a alegrias, passando por dores, confusão, amnésia, vergonha e preguiça.

A verdade é que a ressaca não é prioridade dos bêbados de plantão, a tal da ressaca moral ataca quem não bebe também, afinal, quem não faz merda na vida, né?

Ressaca, assim como o álcool e o rock já fazem parte da minha vida e de muita gente que eu conheço, mas a maioria não sabe aproveitar esse momento mágico com sabedoria. O dia seguinte pode ser até melhor que a balada em si, em alguns casos. Todos os passos desse processo lindo que é o rock são de importância incontável, não dá pra pular a balada, a bebedeira, os micos, as músicas e muito menos ressaca, seja qual for a escala.

Acordar com o almoço servido, aquela comida GOSTOSA (tem que ser gostosa!), um suco ou refrigerante para acompanhar, comer e beber muito bem, deitar no sofá e passar o resto da tarde assistindo às reprises de seriados da SONY e cochilando, com a brisa entrando pela porta, no fim de noite jantar outra comida gostosa e gastar um tempo na internet ouvindo músicas de ressaca (assunto pra outro dia). Passar o dia inteiro lembrando do que aconteceu na noite passada, ou pelo menos tentando lembrar e tirando proveito daquele lindo momento de vagabundagem nada produtivo. O puro creme do ócio. Aquela pequena vontade de morrer, sem o contexto emo ou gótico da palavra, só deixar de existir um “pouquinho”. Uma paixão que deve ser vivida com força.

O que seria do mundo sem rock, do rock sem balada, da balada sem bebedeira, e céus, o que seria das bebedeiras sem a ressaca?

Ok, reformulando, o que seria da minha vida? NADA.

Música de ressaca do dia: Tom Waits – Ice Cream Man

Imagem de ressaca do dia: